Eu

Eu

Decidi escrever esse texto pois entendo que eu tenho a responsabilidade de me expressar e me apresentar em termos pessoais e profissionais para toda e qualquer pessoa que cogite contratar-me para um programa de mentoria de negócios.

Claro que se trata apenas de um texto, que muitas pessoas me procuram porque foram indicadas, que existem muitas informações a meu respeito pela Internet, incluindo sites, mídias sociais (Instagram Facebook, LinkedIn…) e canal no YouTube, e que estou sempre disponível para conversar.

De qualquer maneira, quando certas ideias são compartilhadas, novas possibilidades se abrem e novos caminhos podem ser iniciados. É nisso que acredito e que busco construir ao elaborar os textos que estão no blog.

Caiçara, com orgulho

Ao pesquisar pelo termo “caiçara”, uma definição me chamou atenção: “Caiçara é a denominação dada à população tradicional dos litorais de São Paulo e do Paraná e das regiōes de Paraty e Angra dos Reis, formada pela miscigenação entre indígenasportugueses e escravos africanos”. Está no Wikipédia.

Eis o que sou, uma das minhas primeiras identidades – um caiçara. Nascido e criado em Santos/SP, na estreita e longa faixa litorânea entre o Oceano Atlântico e a Serra do mar conhecida como Baixada Santista.

Como tal, cresci convivendo com a praia, jogando bola na areia dura deixada pela oscilação das marés, e aprendendo desde cedo que o mar é uma das maiores, senão a maior, força da natureza. Portanto, com ele nunca caberia falta de respeito ou descuido.

Infância e adolescência vividas ali, em uma família de classe média com 4 filhos, dos quais sou o 3º – um irmão e uma irmã mais velhos, um irmão mais novo. Todos educados para assumirem suas responsabilidades e buscarem seus sonhos, sem jamais esquecerem os próprios valores e referências éticas.  

Paulistano por adoção

Ao final do então 2º grau, atual Ensino Médio, a decisão de fazer faculdade de Educação Física me levou a São Paulo no início de 1987. No começo, os dias úteis era vividos na capital para que pudesse frequentar as aulas na faculdade. Mas os finais de semana eram sempre aproveitados em Santos.

A saudade apertava forte – da família, da turma de amigos, da praia, do mar, até do cheiro da cidade. Eu sinceramente não curtia São Paulo, e não acreditava que moraria lá por muito tempo. Mas a vida sempre guarda surpresas, prega peças, e gera mudanças.

Aos poucos fui começando a olhar Sampa com outros olhos, a me deixar fascinar por suas oportunidades de estudo, trabalho, crescimento em todos os sentidos. E os anos foram se sucedendo e fui ficando…

Trabalho e aperfeiçoamento profissional

Formado, em 1990 me vi empregado em duas ótimas escolas da rede particular nas quais lecionava Educação Física para alunos entre 6 e 14 anos. Sempre gostei de estudar, e nos 10 anos iniciais de carreira fiz duas especializações e uma infinidade de cursos breves, seminários e workshops.

O passo inevitável em meu aperfeiçoamento profissional foi buscar meu Mestrado, que iniciei em 2001 na UNESP de Rio Claro, para onde me deslocava toda 2ª feira para cumprir os créditos acadêmicos e trabalhar em minha dissertação.

Uma fase muito intensa da vida na qual eu percorria 360 km entre ida e volta de SP a Rio Claro por semana, trabalhava na escola de 3ª a 6ª, e parecia ler o tempo todo – cafés da manhã, intervalos de almoço, ao deitar para dormir…

A defesa de minha dissertação de Mestrado ocorreu em abril de 2003, agregando 3 áreas do conhecimento – a Educação Física, a Educação e a Comunicação. Na época, um trabalho pioneiro no Brasil, o que muito me orgulha.

Minha 1ª transição de carreira

Se não fosse suficiente esse ritmo todo, aproveitei a 1ª oportunidade que tive e aceitei começar a lecionar no Ensino Superior no 2º semestre de 2002, ainda com o Mestrado em andamento.

Eram poucas aulas por semana, mas que demandavam elaboração dos conteúdos programáticos e se somavam a uma carga já intensa de atividades e compromissos do trabalho docente na escola e do Mestrado.

Ali ocorria, diante de meus olhos, minha 1ª transição de carreira. Eu deixava de ser um professor de Educação Física escolar para me tornar um professor universitário. Ainda que a temática do trabalho fosse similar, as diferenças profissionais cotidianas eram consideráveis.

Eu não lidava com alunos crianças, mas com adultos (ou quase isso); não estava o tempo todo de tênis, moletom e camiseta, mas com trajes tipo esporte fino, incluindo camisa polo e cinto; não passava os dias de pé em uma quadra, mas dentro de salas de aula.

Minha 2ª transição de carreira

Em 2004, sem ter muita consciência disso na época, eu plantava as sementes de uma nova transição de carreira ao tornar-me sócio de minha então esposa em uma consultoria de Qualidade de Vida no trabalho, a ECOS.

Atendíamos grandes empresas com a implantação de programas de Qualidade de Vida e com a prestação de serviços como ginástica laboral, orientação nutricional, apoio em eventos relacionados ao estilo de vida saudável (em SIPAT’s e afins, por exemplo).

Quando assinamos contrato com uma grande empresa de atuação nacional, eu passei a viajar por diferentes estados brasileiros para capacitar seus profissionais (gestores e lideranças, em especial) em temas relacionados à Qualidade de Vida no trabalho.

Isso foi o nascimento de minha atuação em uma área que o mercado chama de Educação Corporativa, tornando-me um facilitador de treinamentos para Recursos Humanos (RH). Os primeiros treinamentos ocorreram a partir de 2006/2007, consolidando minha 2ª transição de carreira quando deixei as aulas no Ensino Superior na transição de 2007/2008 para dedicar-me integralmente aos meus novos projetos profissionais.

Távola

Com o tempo, novos desafios foram exigindo novas competências, e eu segui querendo aprender e aplicar coisas novas. Temas como liderança, comunicação, planejamento estratégico e gestão do tempo foram sendo incorporados ao repertório de treinamentos realizados.

Nessa fase da carreira, em 2014 estava nascendo minha consultoria, a Távola do Saber. Uma inspiração na lenda do Rei Arthur e sua Távola Redonda – uma grande mesa redonda na qual as pessoas se sentavam para conversar e aprender em igualdade de condições, ou seja, sem títulos ou hierarquias, mas apenas com a vontade sincera de crescerem juntas.

Apesar da motivação daquele momento, meu trabalho como facilitador de treinamentos para RH enfrentava crises internas e externas. De um lado, questões pessoais e profissionais demandavam muita energia; de outro lado, a crise econômica do governo Dilma fechava portas em uma velocidade alarmante.

A alternativa foi seguir buscando caminhos diferentes. A formação em Coaching, em 2015, tornou-se um divisor de águas ao me fazer perceber que precisaria encarar mais uma transição de carreira. Afinal, a busca por novos resultados não seria bem-sucedida se eu permanecesse percorrendo caminhos antigos…

Minha 3ª transição de carreira

Ao me tornar coach, entendi estar diante de uma metodologia de trabalho capaz de gerar resultados de forma mais consistente do que as metodologias aplicadas na área de treinamentos para RH.

Nada mais natural, considerando-se que o coaching geralmente ocorre em processos individuais e, portanto, muito mais assertivos para lidar com as subjetividades dos participantes.

Ao mesmo tempo, o coaching podia ser aplicado de forma remota, o que abria inúmeras possibilidades, incluindo morar em outro local que não fosse São Paulo. A essa altura, eu já tinha constatado que meu “prazo de validade” paulistano tinha se encerrado.

Em 2019, investi ainda mais em meu aperfeiçoamento profissional e fiz a formação em Mentoring (Mentoria), uma metodologia diferente e, de certa forma, complementar ao coaching. Definitivamente, a 3ª transição de carreira se concretizava ali, e eu passaria a me considerar um Mentor/Coach focado em negócios e carreiras.

E agora, Sidnei?

Abro a parte final do texto parafraseando o verso de Carlos Drummond de Andrade. Contudo, ao contrário do sentido de tristeza e desesperança presentes na obra original, marco meu atual momento com a felicidade daquele que percorreu longa jornada e se orgulha do fato, e com a esperança de quem ainda acredita que realizará belos projetos.

Que assim seja! Quem sabe eu atualizo esse texto em um futuro próximo… daí compartilharei contigo mais uma etapa percorrida.

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *